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Segundo polícia, ela foi vítima de violência sexual e tortura; familiares divulgam carta pedindo justiça
DO CORREIO 24 HORAS
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A fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, 28 anos, foi abusada sexualmente e morta com facada no pescoço em Recife (PE), na manhã da quarta-feira (5). O vizinho dela, o comerciante Edvan Luiz da Silva, 32, foi preso em flagrante pelo crime. Amostras de pelo coletadas debaixo das unhas da vítima coincidiram com o DNA do suspeito. Sangue da vítima também foi achado no apartamento dele e em duas de suas camisas. Ele vai responder por homicídio triplamente qualificado.
Fisioterapeuta morava sozinha (Foto: Reprodução)
Tássia foi achada sem roupas na sala de casa, um flat em Boa Viagem, onde morava há quatro meses. O corte no pescoço foi tão profundo que ela quase foi decapitada. A arma do crime até o momento não foi localizada pela polícia, que, no entanto, afirma que a quantidade de provas contra Edvan é avassaladora. Um exame que analisou a planta do pé do suspeito, comparando a pegadas no apartamento da fisioterapeuta, confirmou que ele esteve no local, segundo a Polícia Civil de Pernambuco.
"Não temos dúvida disso. Ela foi barbaramente torturada, estuprada, teve a roupa arrancada violentamente e morta com o corte profundo no pescoço. Foi um crime premeditado", afirmou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle do Amaral, em coletiva. O suspeito não confessou o crime. Ele alegou que arranhões que tem no braço foram fruto de uma briga com um flanelinha no mesmo dia que Tássia foi morta. "Ela gritou por socorro. Foi um crime bárbaro. A motivação era manter relações sexuais com a jovem. Identificamos cabelos do suspeito nas mãos dela e marcas de defesa", acrescenta Joselito. Ele acredita que o crime foi premeditado.
Crime
Vizinhos ouviram por volta das 7h de ontem gritos vindos do apartamento da fisioterapeuta, que vivia só. Um funcionário do prédio foi acionado e chamou a polícia. O corpo de Tássia foi encontrado na sala, sem roupas, e com um ferimento no pescoço e cortes nas mãos. O apartamento estava revirado, mas a porta não tinha sinais de arrombamento.
O vizinho foi preso pouco depois no apartamento dele, que tinha marcas de sangue inclusive na maçaneta - um chaveiro ajudou os policiais a entrar no local. O suspeito foi encontrado deitado, só de cueca, e com arranhões nos braços. "Ele estava, nitidamente, fingindo que estava dormindo com os braços na altura dos olhos. Nesse momento, observei os arranhões e uma mancha de sangue nas pernas dele", afirmou na coletiva o delegado Francisco Océlio, que investiga o caso.
Agora, a polícia investiga se Edvan tem envolvimento com outros atos libidinosos envolvendo outras vizinhas do prédio. Uma das moradoras relatou que já havia sido filmada enquanto tomava banho.
Enterro
O corpo de Tássia foi velado na manhã desta quinta, em Santo Amaro, no Recife. Houve leitura de um manifesto em frente ao local falando sobre a luta da vítima contra o feminicídio. O corpo foi sepultado pouco antes de meio dia, sob gritos de "justiça".
Familiares e amigos estavam com rosas brancas e vermelhas nas mãos. "Levaram um pedaço de mim. A gente tem que ir para a rua brigar, porque hoje eu estou acabada. Minha filha indo embora com essa morte trágica e eu não consigo me conformar. Como é que a gente faz agora, para voltar para casa com saudades da nossa filha? Sei que não estou sozinha, só Deus vai confortar, mas essa tragédia acabou com a minha vida e a da minha família", disse emocionada a mãe da vítima, Isabel Ulisses. Formada pela Unicap, Tássia Mirella trabalhava como vendedora de produtos hospitalares.
Protesto (Foto: Marlon Costa/Estadão Conteúdo) A família também divulgou uma carta pedindo justiça pela morte de Tássia Mirella, convocando para um protesto no fórum de Recife onde a prisão preventiva do suspeito foi decretada. De acordo com a decisão da juíza Blanche Maymone Pontes Matos, Edvan foi autuado por homicídio qualificado, "realizado à traição, emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima". O suspeito não se pronunciou durante a audiência. Leia a carta dos familiares da vítima:
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